terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sobre a solidão

"Para ser feliz é preciso estar em dois ou três!"

Uma menina de cinco anos, no livro "A solidão da criança" de Francesco Tonucci

domingo, 28 de setembro de 2008

A Voz Do Silêncio


Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.

Simples, rápido! E quanta força!

Imediatamente me veio à cabeça situações
em que o silêncio me disse verdades terríveis,
pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.

Silêncios que falam sobre desinteresse,
esquecimento, recusas.

Quantas coisas são ditas na quietude,
depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo,
nem uma gargalhada
para acabar com o clima de tensão.

Só ele permanece imutável,
o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas
indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento
articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos
que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica,
ouvimos um dos dois gritar:
“Diz alguma coisa, mas não fica
aí parado me olhando!”

É o silêncio de um, mandando más notícias
para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações
em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha
com uma britadeira na rua,
o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche,
o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock,
o silêncio é um sonho.

Mesmo no amor,
quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda,
pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba,
é aquele que fala.

E fala alto.

É quando ninguém bate à nossa porta,
não há emails na caixa de entrada
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim, você entende a mensagem.

sábado, 27 de setembro de 2008

A solidão precisa ser criativa!


...Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.


Clarice Lispector

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Bye, bye tristeza

Ninguém aquí é puro, anjo ou
Demônio
Nem sabe a receita de viver feliz
Não dá pra separar o que é
Real do sonho
E nem eu de você
E nem você de mim
E nem eu de você
E nem você de mim

Eu não to aqui pra sofrer
Vou sentir saudade pra quê?
Quero ser feliz
Bye bye, tristeza
Não precisa voltar

Já sei andar sozinho sem pedir
Conselho
Se eu sofrer, quem é que vai
Chorar por mim?
Já sei olhar pra mim
Sem precisar de espelho
Não me diga que não
E nem me diga sim
Não me diga que não
E nem me diga sim

Eu não to aqui pra sofrer
Vou sentir saudade pra quê?
Quero ser feliz
Bye bye, tristeza
Não precisa voltar

(Sandra de Sá)

domingo, 24 de agosto de 2008

Poema

Ou isto ou aquilo
(Cecília Meireles)

Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Frase

Às vezes
as coisas se arranjam,
outras, não.
Por que culpar o coração?

Fausto Wolff, do poema “Vida”, do livro “Cem poemas de amor”, pg. 15 (Bertrand Brasil)

Do site: http://palavraguda.wordpress.com/

Frase do dia...

Do blog Frases Ilustradas

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Frase do dia...

"Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te. "

Friedrich Nietzsche

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

ATENÇÃO!!!

"Você não pode ter tudo que quer!"

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Palavra da Semana: Vulnerável

Vulnerável: [Do lat. vulnerabile.] adj. 1. Que pode ser vulnerado: "Perdidos e sós no grande descampado, sentem-se desamparados e vulneráveis como crianças" (Miguel Torga, Portugual, pp. 114-115). 2. Diz-se do lado fraco de um assunto ou de uma questão, ou do ponto pelo qual alguém pode ser atacado ou ferido.

Do Aurélio!

Bom, em cinco dias, ouvi, li, usei pelo menos 15 vezes essa palavra! Pode ser um sinal divino, é bom prestar atenção ao que significa!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sobre amar II

"No amor, devemos pôr em prática apenas isso: dar liberdade ao outro.
Pois é fácil prender; ninguém precisa aprender a fazer isso."

Rainer Maria Rilke

terça-feira, 24 de junho de 2008

Sorte de hoje...

Sorte de hoje: Venda as suas idéias – elas são completamente aceitáveis

Que seja real...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Frases do dia...

"Quero-te não por quem és,
e sim por quem sou quando estou contigo."

"Nenhuma pessoas merece as tuas lágrimas,
e se houver quem as mereça,
ela não te fará chor."

"Só porque alguém não te ame como tu queres,
não significa que não te ame com todo o seu ser."

"Um verdadeiro amigo é quem te dá a mão e te toca o coração."

"A pior forma de amar alguém é estar sentado a seu lado e saber que nunca o poderás ter."

"Não passes teu tempo com alguém que não esteja disposto a passá-lo contigo."

"Não chores porque terminou, sorri porque aconteceu."

"Transforma-te em uma pessoa melhor e assegura-te de saber quem és antes de conhecer alguém mais e deixar que essa pessoa te veja como eras."


Frases atribuídas a Gabriel Garcia Marquez

sábado, 14 de junho de 2008

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Frases do dia...

"Desistir é, às vezes, uma forma de sabedoria."
Lucius A. Sêneca

"Sofrer é passageiro, desistir é para sempre."
Lance Armstrong


segunda-feira, 26 de maio de 2008

O caçador de pipas

Foto de Alexandre Magno


Encerrei a leitura de "O Caçador de Pipas", romance de Khaled Hosseini, publicado pela Nova Fronteira.

A cada despedida fico me perguntando o que levo comigo... desta vez, a humanidade - mesmo digna ou envergonhada - de todos os sentires...

O que vou encontrar agora?

sábado, 24 de maio de 2008

Trechos de leitura

"Quando você mata um homem, está roubando uma vida. Está roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai. Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça. Não há ato mais infame do que roubar." (p. 110)

"Quando fiquei mais velho, li nos meus livros de poesias que a yelda era a noite sem estrelas em que aqueles que sofrem por amor permanecem acordados, suportando a escuridão interminável e esperando que o nascer do sol traga consigo a pessoa amada." (p. 147)


"- E quanto a mim, baba? O que é que eu vou fazer? - indaguei, com os olhos cheios de lágrimas.
(...)
- Você está com vinte e dois anos, Amir! Já é adulto! Você... - abriu a boca, fechou-a, voltou a abri-la, reconsiderou. Sobre as nossas cabeças, a chuva tamborilava no toldo de lona. - Está querendo saber o que vai acontecer com você. É isso que venho tentando lhe ensinar durante todos esses anos: a nunca precisar fazer essa pergunta." (p. 160)


Hosseini, K. O caçador de pipas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Sobre a responsabilidade em ser feliz

Durante um seminário para casais, perguntaram a uma das esposas:

- Seu marido lhe faz feliz? Ele lhe faz feliz de verdade?

Neste momento, o marido levantou seu pescoço, demonstrando total segurança.

Ele sabia que a sua esposa diria que sim, pois ela jamais havia reclamado de algo durante o casamento.

Todavia, sua esposa respondeu a pergunta com um sonoro 'NÃO', daqueles bem redondos!-

'Não, o meu marido não me faz feliz'!

(Neste momento o marido já procurava a porta de saída mais próxima).

'Meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz!

Eu sou feliz'.

E continuou: 'O fato de eu ser feliz ou não, não depende dele; e sim de mim..

Eu sou a única pessoa da qual depende a minha felicidade.

Eu determino ser feliz em cada situação e em cada momento da minha vida, pois se a minha felicidade dependesse de alguma pessoa, coisa ou circunstância sobre a face da Terra, eu estaria com sérios problemas.
Tudo o que existe nesta vida muda constantemente: o ser humano, as riquezas, o meu corpo, o clima, o meu chefe, os prazeres, os amigos, minha saúde física e mental.

E assim eu poderia citar uma lista interminável.

Eu decido ser feliz! Se tenho hoje minha casa vazia ou cheia: sou feliz!

Se vou sair acompanhada ou sozinha: sou feliz! Se meu emprego é bem remunerado ou não: eu sou feliz!

Sou casada, mas era feliz quando estava solteira.
Eu sou feliz por mim mesma.

As demais coisas, pessoas, momentos ou situações eu chamo de 'experiências que podem ou não me proporcionar momentos de alegria e tristeza.

Quando alguém que eu amo morre eu sou uma pessoa feliz num momento inevitável de tristeza.

Aprendo com as experiências passageiras e vivo as que são eternas como amar, perdoar, ajudar, compreender, aceitar, consolar.

Há pessoas que dizem: hoje não posso ser feliz porque estou doente, porque não tenho dinheiro, porque faz muito calor, porque alguém me insultou, porque alguém deixou de me amar, porque eu não soube me dar valor, porque meu marido não é como eu esperava, porque meus filhos não me fazem felizes, porque meus amigos não me fazem felizes, porque meu emprego é medíocre e por aí vai.

Eu amo meu marido e me sinto amada por ele desde o namoro e ainda mais depois que nos casamos.
Amo a vida que tenho, mas não porque minha vida é mais fácil do que a dos outros.

É porque eu decidi ser feliz como indivíduo e me responsabilizo por minha felicidade.

Quando eu tiro essa obrigação do meu marido e de qualquer outra pessoa, deixo-os livres do peso de me carregar nos ombros.

A vida de todos fica muito mais leve.
E é dessa forma que consegui um casamento bem sucedido ao longo de tantos anos.

Nunca deixe nas mãos de ninguém uma responsabilidade tão grande quanto à de assumir e promover sua felicidade.
SEJA FELIZ, mesmo que faça calor, mesmo que esteja doente, mesmo que não tenha dinheiro, mesmo que alguém tenha lhe machucado, mesmo que alguém não lhe ame ou não lhe dê o devido valor'.

Autor desconhecido

sábado, 17 de maio de 2008

Psicoterapia

É hora

É hora de terminar as coisas em suspenso para seguir em frente...

terça-feira, 13 de maio de 2008

A medida do amor

"A medida do amor

é amar sem medida..."

de uma música dos Engenheiros do Hawaí

domingo, 4 de maio de 2008

Procurar saber o que é o amor...

O verdadeiro amor é aquele que permanece sempre, se a ele damos tudo ou se lhe recusamos tudo.


Johann Goethe


O contrário do amor

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.


Martha Medeiros

Saudade

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Sobre a memória

"Certa vez li, ou escrevi, não consigo lembrar agora, uma história sobre uma mulher que decide esquecer. Essa mulher vive sozinha numa casa com rosas no papel de parede e tem sido infeliz no amor, é velha e, portanto, um certo dia, decide simplesmente esquecer as rosas do papel de parede. Depois disso, decide esquecer a xícara de café que está segurando, depois a mão que a segura, depois as pernas que a movem pelo mundo solitário e, à medida que esquece cada pedaço de si mesma, se torna cada vez menor, sentada lá na sua cozinha. Ela é raspada e esquece seu rosto, seus olhos, até que, por fim, não resta nada, senão seu coração, e então também o esquece e, portanto, flutua, inconsciente, livre e inteiramente inumana.

O conto aponta para a centralidade da memória no nosso sentido de o que significa estar vivo. ouvimos isso todo o tempo: a memória nos faz quem somos. Aqueles que esquecem o passado estão condenados a repiti-lo. A memória é narrativa, dando continuidade e significado às nossas existências. Somos, se não obcecados pela memória, pelo menos profundamente preocupados com ela." (p. 252)

"Kandel deve saber sobre os perigos associados à memória em excesso e, reciprocamente, da necessidade do cérebro humano de esquecer. Um dos pacientes mais famosos na literatura da neurologia foi um homem de 21 anos de idade, tratado por A. L. Luria. Aos 20 anos de idade, S. tinha uma lembrança tão vívida que você poderia apresentar a ele quatro colunas de números e, depois de apenas um relance, ele conseguia recitá-los para você. Luria testou S. durante anos e talvez mais assombroso tenha sido que, mesmo depois que muito tempo tinha se passado, S. conseguia se lembrar de cada coluna isolada; conseguia se lembrar dos arranjos precisos de palavras numa página; vinte anos depois, ainda conhecia cada reportagem, palavra por palavra, de todos os jornais impressos em sua província.

S., porém, tinha problemas sérios. Era incapaz de deduzir um significado de qualquer coisa que lesse. Bastava lhe mostrar A Odisséia e ele seria capaz de recitar o volume de mil páginas depois de olhar fixamente por seis minutos, mas não tinha a menor idéia do que significava. As pessoas zombavam dele porque era incapaz de ler expressões faciais. Tão preso ficava à minúscula mecânica de uma boca se movendo que não conseguia se afastar e ver - seria aquilo um sorriso ou uma expressão afetada? S. não conseguiu durante a sua vida imaginar como poderia resolver o problema. Nunca resolveu. S. viveu, estúpido e desorientado, mutilado por suas aguçadas capacidades." (p. 255-256)


Slater, Lauren. Mente e cérebro: dez experiências impressionantes sobre o comportamento humano. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

domingo, 27 de abril de 2008

Conversa com o padrinho


Padrinho: Vai ser difícil você casar...

Afilhada: Eu preciso encontrar um homem inteligente!

Padrinho: Não! Você não precisa encontrar um homem inteligente... Você precisa encontrar um homem que aceite você exatamente do modo que você é...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Sobre amar

Sabe...

eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você
ou aquilo que eu queria ver em você

Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia e, se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que, no fundo, talvez nem eram suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende??

Caio Fernando De Abreu

Questões

Como perder aquilo que nunca se teve?

Como achar quando não se sabe o que se procura?

Como decidir se tudo parece tão certo e tão errado ao mesmo tempo?

Como esperar se o tempo passa tão veloz?

Como saber se não perguntar?

terça-feira, 22 de abril de 2008

terça-feira ensolarada

Eu abri as janelas e fiquei me perguntando se era mesmo terça-feira com a agenda que tenho...

Hoje o dia está perfeito para parar tudo, pensar, sentir, sonhar, esperar, sorrir, passear... nada de lamentar aquilo que já foi, aquilo que não é e aquilo que não será...

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Frases do dia...

Frases do dia que fizeram todo o sentido mesmo que fora do contexto:


"... quando estar junto e conversar já não dá prazer, quando o estar junto significa tensão e irritação. Quando a felicidade vem quando se dão os beijinhos de praxe da despedida. As duas partes são culpadas."

"Assim, a única posição sábia é adotar a postura a que o taoísmo dá o nome de wu-wei: refrear o impulso de fazer e simplesmente não fazer nada."

"Mudar, nesse ponto da vida, é reconhecer que a vida foi um equívoco. E isso é muito duro."


Rubem Alves

domingo, 6 de abril de 2008

Brothers & Sisters


No Universal Channel há uma série que, a princípio, não me interessou. As chamadas destacam a família, suas crises, seus dramas, suas alegrias e eu julguei que seria aquela "água com açúcar" bem melada que chega a irritar quando se está intolerante a doce. Eu estava enganada. Dia desses, assisti um episódio, depois me peguei assistindo outro, e agora decidi acompanhar toda a primeira temporada para saber de tudo, tudinho. Por quê? Simplesmente porque a série, os atores, as personagens, as suas histórias me fazem pensar, sentir, me emocionar. Gosto das contradições, das boas intenções, das falas impulsivas, os diálogos cheios de sentido, das surpresas entre as relações, das idiossincrasias, das dores, das alegrias, do que tudo faz comigo... faz-me sentir melhor, faz-me sentir gente...

No episódios "Os Casos", Kitty tenta reconfortar sua mãe sobre a morte de William e sua traição:

Kitty: Apesar de tudo, ele te amou.
Nora: Ele não abriu mão de nada. Que tipo de amor é esse?

Quando me amei de verdade

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E então, pude relaxar.

Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.

Hoje sei que isso é...Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.

Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.

Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.

Hoje sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.

Hoje sei que isso é... Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.

Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.

Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Tudo isso é... Saber viver!!!

Charles Chaplin

Do orkut da minha amiga Sônia... Thanks!

sábado, 5 de abril de 2008

Crônica do amor

-
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?

Não pergunte pra mim você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.


Arnaldo Jabor

Heroes e Hiro

Eu sou fã do Heroes!!!
E mais fã ainda do Hiro!!!

Por que eu perdi a segunda temporada?

sexta-feira, 4 de abril de 2008

sábado, 29 de março de 2008

segunda-feira, 24 de março de 2008

Quando perguntam que bicho eu seria


Quando perguntam que bicho eu seria

penso por alguns momentos, mas sempre, sempre respondo:
uma borboleta.

Agora penso sobre o que isso significa:
transformação, leveza, cor, liberdade, pouso, delicadeza, tempo
...

sexta-feira, 21 de março de 2008

terça-feira, 18 de março de 2008

domingo, 16 de março de 2008

Sobre (in)segurança








De todas as coisas seguras,

a mais segura é a dúvida.


Bertold Brecht

terça-feira, 11 de março de 2008

terça-feira, 4 de março de 2008

José

E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

e agora, Você?

Você que é sem nome,

que zomba dos outros,

Você que faz versos,

que ama, proptesta?

e agora, José?



Está sem mulher,

está sem discurso,

está sem carinho,

já não pode beber,

já não pode fumar,

cuspir já não pode,

a noite esfriou,

o dia não veio,

o bonde não veio,

o riso não veio,

não veio a utopia

e tudo acabou

e tudo fugiu

e tudo mofou,

e agora, José?



E agora, José?

sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio, - e agora?



Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora?



Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse,

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você consasse,

se você morresse....

Mas você não morre,

você é duro, José!



Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar,

sem cavalo preto

que fuja do galope,

você marcha, José!

José, para onde?


Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 3 de março de 2008

Puberdade para meninos e meninas


Bonitinha... perfeito para a aula sobre puberdade!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Alguns desejos


A gente fecha os olhos, faz promessa
e tem tantos desejos...

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Dois falsários ensaiam

Um dos textos mais lindos e mais significativos que já li no meu intervalo de vida...



- Tudo bom? O que aconteceu? Não tem me ligado! Não apareceu mais?
- Andei precisando ficar sozinho.
- O que aconteceu?
- Deveria ter acontecido alguma coisa?
- Como eu vou saber? Você mudou! Não é mais o mesmo!
- Não é possível que as pessoas continuem esperando que sejamos sempre os mesmos. Não há como ser sempre o mesmo. Você pensa que não mudou também?
- Sim! Não! Não sei se compreendi muito bem o que quer dizer? Não gosta mais de mim?
- Olha, sabe quando o fogo apaga porque não há ar suficiente?
- ...?
- É isso! O ar se extinguiu! E com ele a chama. Fica assim.
- O que faz você pensar que pode me jogar isso na cara assim de modo tão egoísta? Você não tem esse direito!
- Não, veja, não se trata de direito ou não! A questão aqui não é de posse, mas exatamente da total falta dela. Trata-se de desapego.
- Você está me ofendendo!
- Pois não deveria se sentir ofendida! Acontece o tempo inteiro no mundo. Aconteceu comigo, já deve ter acontecido com você e com pessoas que te amaram um dia. As pessoas se cansam umas das outras e fim. Algumas logo deixam transparecer. Outras escondem seus sentimentos esperando que algo aconteça, mas nada acontece, então desistem também. É do seu jeito. Resistem apenas um pouco mais. Há outras que preferem afirmar seus sentimentos de uma maneira abreviada. Este é o caso aqui. Não caberia falar de erros e desencontros. O que havia já não há mais. Já não há mais compreende? O que se pode fazer? Fingir certamente que não!
- Você sempre foi assim tão frio, tão cheio de juízos e razões! Você só está interessado nos teus motivos e no de ninguém mais!
- ...
- O que vai fazer agora?
- O que todas as pessoas fazem. Vou continuar.
- E para onde vai?
- O que importa nessa altura?
- Vai voltar?
- Não se pode responder a isso! Como negar que não? Como afirmar que sim? A vida tem...
- Ah vida!
- ...
- Você fala das coisas como se fosse o seu juiz!
- Não, eu não sou. Eu penso como os réus pensam. Apenas estou aguardando por algo numa situação interminável. Você não faz idéia...
- Eu não compreendo você!
- Faz bem. Já tem problemas demais.
- ...
- Li em algum lugar, uma vez, que talvez seja contra a natureza humana viver por toda a vida sempre interessado em apenas uma pessoa. O que pensa disso?
- Penso que é conversa fiada! Como tudo o que diz respeito aos sentimentos das pessoas. Fala-se muito sobre! Especialistas escrevem livros! Mas o que acontece sempre escapa a todos aqueles que estão de fora. Só quem vive sabe como é!
- Talvez não devesse descartar tão de imediato a idéia...
- Vai me fazer compreender? Vai me fazer me sentir melhor?
- Possivelmente não. Mas quem sabe torne você mais tolerante a tais desencontros. Um dia me foi importante aprender o mesmo! Nunca se esgota completamente o assunto. Mas já dá indícios para recomeçar de algum lugar.
- Você me cansa com a sua arrogância...Sempre incapaz de qualquer autoreprovação! ...Esse mesmo jeito de falar de todo o sempre!...
- Não acredito.
- Quê?
- Não acredito em você...Desse jeito...Com essa cara, esse modo de falar...Não é a imagem que eu vou levar comigo, ...Nunca me interessei por esse aspecto de você, ainda que compreenda que não muda muito as coisas...
- E você vai levar alguma coisa minha? Eu te deixei algo por acaso? Você vai esquecer, por Deus, vai esquecer tudo, sim! Só faz lembrar o que te apraz...Você não é tão consciente, não, não é!
- Eu vou levar algo seu, de qualquer modo. Assim como devo ficar, em parte. Não temos escolha. Não fazemos as regras.
- Para você trata-se de um lance de dados! Mas Deus não jogará mais dados! Não com a minha vida! Não mesmo!
- Tente não ficar assim. Não quero vê-la assim.
- E como devo ficar? Vou logo ali no quarto buscar o meu batom! Quer que eu escancare a boca pra você? Quem sabe quer que eu me dispa ainda mais? Isso! Vou tirar a roupa! O que me diz? Ainda dá tempo para uma boa transa, não? Vocês rapazes são sempre tão práticos! Tão pouco...convencionais!
- Eu acho que esse papel não lhe cai bem...
- E quem se importa! Quem se importa!?
- Eu ainda me importo com você...
- Ora, vá para o diabo com as tuas preocupações! São as minhas, entendeu! As minhas que estão em jogo! Só as minhas!
- ...
- ...
- É melhor eu ir embora agora...
- ...
- Queria...
-...
- Apenas te dizer mais uma coisa...
- Fica!
- ...
- Fica aqui...! Aqui comigo...!
- Olha, um dia eu quis ficar, muito, e um dia, também, quis apenas passar, como e com todo o resto das coisas que passam. Parte minha, a que quer ficar já é desencontro. A outra parte, já é partida. Não resta mais nada. Por favor, entenda...
- Porque você voltou? Porque veio? Diga! Porque veio?
- Para ver você. Uma última vez ainda.
- ...
- ...
- Satisfeito, então?
- Não.
- O que mais quer de mim?
- Quero que seja feliz. Quero que você saiba...
- Você é um imbecil completo! Com-ple-to!
- Talvez. Como todos os demais eu faço o que posso. Há tolos no mundo por toda parte. Tome cuidado com suas certezas aparentemente tão naturais. Mas não pense que são inevitáveis, por que não são!
- Vá embora!
- Uma última coisa apenas...
- Vá embora! Vá embora! Saia!
- ...
- ...
- Li um romance faz muito tempo, falava de um lugar distante...
- ...?
- Em Shangri-lá, após um período de cinco anos, diz-se que as pessoas perdem as recordações da vida que deixaram para trás e lhes resta apenas uma certa nostalgia por um tempo impreciso e remoto. A partir disso, finalmente, estão prontas para retomar a sua caminhada...Não carregam mais o peso inútil do passado...
- ...
- Eu espero que depois de fechar essa porta, esses cinco anos passem em cinco minutos e que você possa retomar a sua vida, como eu recomecei a minha um dia...
- ...
- É possível!...
- Nem mais uma palavra...por favor...
- É o que desejo.
- Você é tão...estúpido! A vida é tão estúpida!
- Assim que eu atravessar essa porta, vou fingir que os cinco anos também passarão em cinco minutos para mim e talvez assim eu possa te ver melhor. Talvez eu me sinta melhor.
- Mas são apenas palavras! Sempre são apenas palavras! Eu tenho muito medo! Medo! Medo!
- Eu também tenho! Já não estou mais tão certo assim das coisas. Mas me deixa ir...Me deixa partir...!
- Mas eu não estou mais impedindo você...! Você já disse tudo o que precisa dizer, não tem mais o que esperar aqui de nós, de mim, dessa casa!
- E vai fazer o que então?
- Ficar aqui. E esperar.
- Espera o quê?
- Você sair por esta porta, homem! Eu não compreendo vocês homens, não mesmo!
- ...
- ...
- Pois você deveria me impedir!
- ...?
- Você deveria!
- ...?
- Seja mais dura! Me ofenda se for preciso! Me arranque os cabelos! Jogue a maldita chave dessa porta idiota pela janela!
- ...?
- Diga qualquer coisa...Contra os meus motivos, as minhas razões...!
- Eu...
- Você deve se importar...!
-...?
- Nós estamos envelhecendo, sabia?
- Mas você agora mesmo...?
- Você é todo o futuro que eu tenho! E eu sou o único futuro de nós dois!
- ...?
-...?
-...
- Não sei mais o que dizer...! Não sei mais...Não sei mais o que dizer!
Ela apenas sorriu. Ela compreendia tudo sempre tão bem.
Epílogo:
- Terminamos aqui. Você hoje foi muito bem, meu amor.
- Você acha mesmo?
- Com toda certeza que sim!
- Eu gostaria de ficar em silêncio agora...
- Então não diga mais nada. Passamos tempo demais tentando decifrar enigmas por pura diversão. Esse jogo ainda vai nos desgastar um dia! O que será de nós quando enfim não sobrarem mais desafios nem coisas a serem redescobertas?
- Eu realmente não sei.
- Mas não se preocupe mais. Venha! Venha comigo! Vamos fechar essa porta! Vamos dormir...
- E esquecer tudo isso!
- Muito bem, meu querido! Muito bem!
- Eu estou exausto!
- Amanhã, assim que despertarmos bem cedo, você sabe, ambos estaremos...
- Em Shangri-lá, não é?!
- Exatamente! Agora durma, durma! Assim, muito bem, meu querido. Minha doce criança!
- Até quando vamos continuar com esse jogo?
- Durma! Durma! Durma e sonhe com Shangri-lá...
- Amo você.
- Também.
- Só mais uma coisa...?
- O que é?
- O que achou de minha performance esta noite?
- Dramática, eu diria...
- Ora, você será sempre terrível!
- Você na frente minha querida! Você sempre na frente...
E foram felizes para sempre.

Texto de Alexandre Magno da Silva, em 16.10.2002