segunda-feira, 26 de maio de 2008

O caçador de pipas

Foto de Alexandre Magno


Encerrei a leitura de "O Caçador de Pipas", romance de Khaled Hosseini, publicado pela Nova Fronteira.

A cada despedida fico me perguntando o que levo comigo... desta vez, a humanidade - mesmo digna ou envergonhada - de todos os sentires...

O que vou encontrar agora?

sábado, 24 de maio de 2008

Trechos de leitura

"Quando você mata um homem, está roubando uma vida. Está roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai. Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça. Não há ato mais infame do que roubar." (p. 110)

"Quando fiquei mais velho, li nos meus livros de poesias que a yelda era a noite sem estrelas em que aqueles que sofrem por amor permanecem acordados, suportando a escuridão interminável e esperando que o nascer do sol traga consigo a pessoa amada." (p. 147)


"- E quanto a mim, baba? O que é que eu vou fazer? - indaguei, com os olhos cheios de lágrimas.
(...)
- Você está com vinte e dois anos, Amir! Já é adulto! Você... - abriu a boca, fechou-a, voltou a abri-la, reconsiderou. Sobre as nossas cabeças, a chuva tamborilava no toldo de lona. - Está querendo saber o que vai acontecer com você. É isso que venho tentando lhe ensinar durante todos esses anos: a nunca precisar fazer essa pergunta." (p. 160)


Hosseini, K. O caçador de pipas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Sobre a responsabilidade em ser feliz

Durante um seminário para casais, perguntaram a uma das esposas:

- Seu marido lhe faz feliz? Ele lhe faz feliz de verdade?

Neste momento, o marido levantou seu pescoço, demonstrando total segurança.

Ele sabia que a sua esposa diria que sim, pois ela jamais havia reclamado de algo durante o casamento.

Todavia, sua esposa respondeu a pergunta com um sonoro 'NÃO', daqueles bem redondos!-

'Não, o meu marido não me faz feliz'!

(Neste momento o marido já procurava a porta de saída mais próxima).

'Meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz!

Eu sou feliz'.

E continuou: 'O fato de eu ser feliz ou não, não depende dele; e sim de mim..

Eu sou a única pessoa da qual depende a minha felicidade.

Eu determino ser feliz em cada situação e em cada momento da minha vida, pois se a minha felicidade dependesse de alguma pessoa, coisa ou circunstância sobre a face da Terra, eu estaria com sérios problemas.
Tudo o que existe nesta vida muda constantemente: o ser humano, as riquezas, o meu corpo, o clima, o meu chefe, os prazeres, os amigos, minha saúde física e mental.

E assim eu poderia citar uma lista interminável.

Eu decido ser feliz! Se tenho hoje minha casa vazia ou cheia: sou feliz!

Se vou sair acompanhada ou sozinha: sou feliz! Se meu emprego é bem remunerado ou não: eu sou feliz!

Sou casada, mas era feliz quando estava solteira.
Eu sou feliz por mim mesma.

As demais coisas, pessoas, momentos ou situações eu chamo de 'experiências que podem ou não me proporcionar momentos de alegria e tristeza.

Quando alguém que eu amo morre eu sou uma pessoa feliz num momento inevitável de tristeza.

Aprendo com as experiências passageiras e vivo as que são eternas como amar, perdoar, ajudar, compreender, aceitar, consolar.

Há pessoas que dizem: hoje não posso ser feliz porque estou doente, porque não tenho dinheiro, porque faz muito calor, porque alguém me insultou, porque alguém deixou de me amar, porque eu não soube me dar valor, porque meu marido não é como eu esperava, porque meus filhos não me fazem felizes, porque meus amigos não me fazem felizes, porque meu emprego é medíocre e por aí vai.

Eu amo meu marido e me sinto amada por ele desde o namoro e ainda mais depois que nos casamos.
Amo a vida que tenho, mas não porque minha vida é mais fácil do que a dos outros.

É porque eu decidi ser feliz como indivíduo e me responsabilizo por minha felicidade.

Quando eu tiro essa obrigação do meu marido e de qualquer outra pessoa, deixo-os livres do peso de me carregar nos ombros.

A vida de todos fica muito mais leve.
E é dessa forma que consegui um casamento bem sucedido ao longo de tantos anos.

Nunca deixe nas mãos de ninguém uma responsabilidade tão grande quanto à de assumir e promover sua felicidade.
SEJA FELIZ, mesmo que faça calor, mesmo que esteja doente, mesmo que não tenha dinheiro, mesmo que alguém tenha lhe machucado, mesmo que alguém não lhe ame ou não lhe dê o devido valor'.

Autor desconhecido

sábado, 17 de maio de 2008

Psicoterapia

É hora

É hora de terminar as coisas em suspenso para seguir em frente...

terça-feira, 13 de maio de 2008

A medida do amor

"A medida do amor

é amar sem medida..."

de uma música dos Engenheiros do Hawaí

domingo, 4 de maio de 2008

Procurar saber o que é o amor...

O verdadeiro amor é aquele que permanece sempre, se a ele damos tudo ou se lhe recusamos tudo.


Johann Goethe


O contrário do amor

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.


Martha Medeiros

Saudade